Isso, são 120 frangos abatidos por segundo no Brasil. O que representa 3,8 bi por ano!
Você consegue acertar quantas empresas controlam todas as bisavós de aves comerciais do planeta Terra?
Agora, pensa nessa quantidade toda de frangos abatidos. E se a gente te disse que a maior parte vem do mesmo lugar?
Mas o avicultor não pode criar os próprios pintinhos?
E tem mais um dado assustador nessa história que a gente precisa te contar.
Sim, 42 dias: esse frango cresce tão rápido quanto um pé de alface. Uma batata-doce não sai da terra em menos de quatro meses. Mas existe um animal que cresce mais veloz que muitos vegetais...
Os defensores desse modelo encaram o frango como uma espécie de carro de Fórmula Um: a avicultura de precisão é tão matemática quanto a engenharia mais sofisticada do automobilismo.
Um dos frangos mais eficientes é o Cobb 500, um sucessor do Cobb 100, que foi uma das primeiras aves a ser convertida em clone. O Cobb 500 chega aos 42 dias de vida com 2.952 gramas. Hoje, ele precisa de menos de cinco quilos de ração pra chegar a três quilos de carne.
Toda essa eficácia barateou a carne do frango. O que levou a uma explosão no consumo.
Segundo o relato dos nossos entrevistados, os avicultores que fornecem pras grandes indústrias usam uma concentração mais baixa, de até 15 aves por metro quadrado.
Tão impressionante quanto o crescimento acelerado é o declínio de uma ave como o Cobb 500. Aos 43 dias, ele simplesmente perde rendimento. Precisa de cada vez mais ração para converter em cada vez menos carne.
O que o gráfico da própria empresa mostra é que o animal se torna ineficiente. O que o gráfico não mostra é que, a essa idade, o Cobb 500 já é um animal senil e com um corpo castigado.
Escute o episódio Frango-Relógio do podcast Prato Cheio, disponível no site de O Joio e O Trigo ou na sua plataforma de áudio favorita.