Escolha uma mequizice:

não existem grandes diferenças entre as quase 1.100 lanchonetes do McDonald’s espalhadas pelo Brasil.

A decoração, o atendimento, a montagem dos lanches  e a disposição do  pedido na bandeja:

Mas há mais um padrão nas lanchonetes da maior rede de fast-food do mundo:

a violação de  direitos trabalhistas dos funcionários.

“Teoricamente  eu saía às 19h, mas era comum ficar até depois das 21h a pedido do gerente, que pressionava a gente.” 

Ex-funcionária Marina*,  de 19 anos.

Em 2019, a Arcos Dourados — empresa que detém os direitos de operação do McDonald’s na América Latina — foi multada em R$ 7 milhões por descumprir um acordo com o Ministério Público do Trabalho (MPT) e pagar salários abaixo do mínimo legal aos funcionários.

Os salários desproporcionalmente baixos não são uma exclusividade brasileira. Depois da mobilização de 38 mil trabalhadores de lanchonetes da Califórnia,  no oeste dos Estados Unidos,  a matriz americana da corporação foi multada em  US$ 26 milhões (cerca de R$ 100 milhões, na época) por pagar menos que o mínimo legal aos funcionários.

Minnesota, 2016. Foto: Fibonacci Blue / Flickr

“Eu disse pro gerente que estava fazendo as coisas mais devagar porque estava com muita dor”, disse outra ex-funcionária.

Em seguida veio resposta desconcertante: “Você tá com cólica, minha filha. Cólica não é doença e você não tá aleijada  pra não conseguir fazer as coisas.”

O comportamento hostil dos gerentes de loja foi confirmado por quase todos os ex-funcionários ouvidos. Aparentemente, esse é mais um padrão da empresa.