Entre 2013 e 2015,  dezenas de trabalhadores contraíram uma doença silenciosa, transmitida pela bactéria brucella abortus, nos frigoríficos da JBS nas cidades mato-grossenses de Alta Floresta, Confresa  e Vila Rica.

Conhecida como brucelose,  a doença causa transtornos graves, quando não tratada. Resulta em febres intermitentes, dores musculares, cansaço, e pode atacar órgãos como coração e fígado, causando infecções específicas.

Mas essa história não começa dentro do frigorífico. O primeiro erro tá no pasto onde engordam o gado que será abatido. Isso porque muitos fornecedores não vacinam o rebanho.

Foto: Sidney Oliveira /Agência Pará

Evandro Navarro, presidente do sindicato que representa os trabalhadores da carne na região de Alta Floresta.

“A imunização é obrigatória, mas o produtor joga a vacina fora, porque o custo de aplicar é alto e a fiscalização é pouca”

Desde 2009, por força de um decreto federal, a brucelose é enquadrada como doença ocupacional típica de trabalhadores de frigoríficos.

Uma das contaminadas foi uma funcionária grávida, que acabou fazendo um parto prematuro e  a criança não sobreviveu.  A JBS não pagou pelo exame  de detecção da doença.  Quando o bebê faleceu, não se dispôs a arcar com o funeral.

Há ações civis públicas ajuizadas pelo Ministério Público do Trabalho (MPT)  que obrigam a JBS a realizar exames de detecção da brucelose entre seu quadro  de funcionários.

Mas a empresa resiste, recorre e  alega que não há conexão entre a doença e o trabalho executado por seus colaboradores.

Fotos do laudo pericial

Contamos essa história no episódio do Prato Cheio 

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