Será mesmo empreendedorismo?

o joio e o trigo

Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), feita pelo IBGE, o número de trabalhadores informais atingiu recorde esse ano, com mais de

39 milhões de pessoas

39 milhões de pessoas

Isso quer dizer 40,1% da população ocupada no período entre março e maio de 2022. Ou seja, quase metade dos trabalhadores sem garantia de proteção previdenciária, férias remuneradas, 13º salário, seguro desemprego, licença maternidade e outros direitos trabalhistas que parecem uma realidade muito distante.

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Isso que a gente ainda tá falando das pessoas que são empresa sem CNPJ, o que não inclui os microempreendedores individuais, ou MEIs.

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Segundo o boletim Mapa de Empresas, do Ministério da Economia, são mais de

Acredite se quiser, quase 70% de todas as empresas em atividade no país.

13 milhões de MEIs

13 milhões de MEIs

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Assim, vemos uma onda de empreendedores que inclui entregadores de comida, motoristas, vendedores de comida ou artesanato, engenheiros vendedores de cursos e e-books e médicos tiktokers ou prestadores de serviços pra diversas empresas de convênio, com atendimento em massa.

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Alguma semelhança com aquele modelo fordista ou taylorista que a gente aprende na escola?

Ricardo Antunes, Professor Titular de sociologia na Unicamp e um dos principais nomes da sociologia do trabalho.

Crédito: Brasil de Fato

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Se antes se falava tanto em empregabilidade, agora, na ordem do empreendedorismo, fica mais explícita ainda a ideia de que se a pessoa não teve sucesso em sua tentativa o problema é ela. Não tem a quem culpar. E ela que arque com os ônus disso!

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E aí alguém vai dizer que isso é o progresso, avanço da tecnologia e da globalização.

Acontece que esses fenômenos não são naturais, né? São todos alinhados às mudanças políticas e institucionais.