o joio e o trigo
Lançado em 2014, o Guia Alimentar Para a População Brasileira se consolidou como um dos documentos mais relevantes do mundo nessa seara.
Foi a primeira vez que a diretriz oficial de um país passou a recomendar expressamente que se evite ultraprocessados.
o joio e o trigo
Além disso, a publicação do Ministério da Saúde rompeu com paradigmas ao trazer para a discussão sobre alimentação saudável as dimensões da agricultura, da sustentabilidade e da cultura alimentar.
o joio e o trigo
O documento foi elaborado pelo Ministério da Saúde, com o apoio do Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde (Nupens) da USP, coordenado pelo professor Carlos Monteiro, da Faculdade de Saúde Pública. Para isso, o guia usa como base a classificação NOVA, que divide os alimentos conforme o grau e o propósito do processamento.
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Ela é considerada um marco nos estudos de nutrição e saúde mundialmente, ao elencar a necessidade de pesquisarmos sobre os danos associados ao consumo de ultraprocessados.
o joio e o trigo
“O Guia Alimentar para a População Brasileira é um marco, principalmente, pela inclusão de considerações sobre sustentabilidade da dieta e por utilizar uma classificação de alimentos baseada no nível de processamento”,
diz Carlos González-Fischer, pesquisador na Universidade de Buenos Aires e autor de uma revisão sobre guias feita para a FAO.
o joio e o trigo
Em novembro de 2019, o Ministério da Saúde lançou o Guia Alimentar para Crianças Brasileiras Menores de 2 Anos. O documento define as diretrizes oficiais do país no que diz respeito à amamentação e à introdução alimentar.
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Alinhado ao Guia Alimentar para a População Brasileira, de 2014, a nova versão para os pequenos é enfática na orientação-chave: crianças de menos de dois anos não devem consumir ultraprocessados.
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O documento começa com a constatação de que duas em cada três crianças de menos de seis meses já recebem outro tipo de leite que não o materno, e apenas uma em cada três continua até os dois anos, que deveria ser o mínimo, nas recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS).
o joio e o trigo
o joio e o trigo
Quando o assunto é introdução alimentar, ele deixa claro: biscoitos e bolachas, sucos artificiais, refrigerantes, salgadinhos de pacote, macarrão instantâneo, guloseimas: risca da lista. Tudo o que é açúcar também deve ficar de fora.
o joio e o trigo
Além disso, o Guia desmonta mitos que muitas mães e pais ouvem quando na primeira infância das crianças. Todo mundo tem uma opinião sobre aleitamento, mas é importante seguir o que dizem as melhores evidências científicas.
o joio e o trigo
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A ministra da Pecuária, Agricultura e Abastecimento (MAPA), Tereza Cristina, requisitou em 2020 ao Ministério da Saúde a revisão do Guia Alimentar para a População Brasileira.
o joio e o trigo
O documento endereçado ao então ministro da Saúde dizia:
“a classificação NOVA é confusa, incoerente e prejudica a implementação de diretrizes adequadas para promover a alimentação adequada e saudável para a população brasileira”.
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Um dos argumentos utilizados na nota técnica diz que o Guia “diminui a autonomia das escolhas alimentares sem informar corretamente o que é importante para uma alimentação adequada e saudável”.
o joio e o trigo
Para bom entendedor, meia palavra basta: a alegação é a mesma recorrentemente utilizada por cartolas da indústria de alimentos.
o joio e o trigo
Após a má repercussão dos ataques contra o Guia, o ministério voltou atrás. Mas essa não foi a primeira vez que representantes da indústria de alimentos atacaram o documento.
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