Fantasma de um passado não tão distante, foi chegando sorrateira até se instalar de vez como uma realidade concreta na mesa:
E vem atingindo com mais força os alimentos.
foto: Lucas Marteli
A justificativa de que a alta dos preços é um fenômeno global vem sendo repetida à exaustão pelo governo de Jair Bolsonaro, reverberada por seus apoiadores e também por boa parte da imprensa brasileira.
Youtube/ Foco do Brasil/ 11/05/22
Como explicar uma inflação que parece fora de controle no país que é o terceiro maior produtor de alimentos do mundo?
Reprodução: TWiiter/@MauraRosadePau1
Em 16 anos, os alimentos acumulam
bem acima dos 141,5% registrados pelo IPCA neste mesmo período.
Embora tenha impactado os preços por aqui, o cenário internacional não dá conta de explicar características próprias da inflação brasileira. A dinâmica de formação dos preços dos alimentos está relacionada, em grande medida, a fatores internos.
O conjunto desses fatores e a interrelação entre eles que impacta, direta ou indiretamente, o preço e a disponibilidade da comida que chega na mesa.
Ou seja, o buraco é bem mais embaixo. E pior: no curto prazo não há nada no horizonte que permita ter otimismo quanto ao fim desse ciclo inflacionário.
A condução do Brasil de volta ao destino histórico de país exportador de produtos primários (agrícolas e minérios), somado aos efeitos perversos de uma política econômica neoliberal ao longo dos últimos seis anos, tornaram essa nova pressão inflacionária muito maior que uma onda, mas um tsunami de efeitos devastadores e consequências de longo prazo.
Foto: Roosewelt Pinheiro/Abr
Em abril, o Brasil teve a pior inflação para o mês desde 1996, período de implementação do Plano Real.
No ano, o IPCA acumula
e, nos últimos 12 meses, de 12,13%, todos os indicadores muito acima dos resultados anteriores.
As maiores altas foram dos transportes, seguido pelo grupo de alimentos e bebidas.
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