O que Milton Santos, um dos maiores pensadores da história do Brasil, diria do iFood e de todas as empresas-símbolo da uberização?

É o caso do geógrafo brasileiro Milton Santos, que morreu há duas décadas. Não existiam smartphones, WhatsApp, Uber e iFood. A gente ainda se deslumbrava com os primórdios da internet.

Alguns pensadores enxergam tão lá na frente que parecem viver no futuro.

O pensamento dele não só sobreviveu à era mais veloz de inovações da história da humanidade, como se tornou  mais e mais atual.

Ele alertava que as corporações estavam usando as técnicas surgidas da informática e da internet pra produzir uma era violenta e cruel.  Lembrou de algum app?

Nós tentamos imaginar um diálogo inédito  (e nunca ocorrido) entre Milton Santos e o diretor financeiro da empresa que simboliza um modelo precário não apenas de trabalho, mas de vida.

"Meritocracia. Quem é bom,  quem é inteligente, quem colabora, quem se comporta, quem desenvolve, sobe"

"Hoje o pensamento que domina, esse pensamento ele próprio é violento, porque se eu peço ao outro que pense como eu penso, eu estou impondo uma forma de ver  o mundo que é minha"

Mesmo apontando que o futuro não seria nada fácil, Milton Santos nunca deixou de ver as coisas com otimismo.

É difícil pensar que possa acontecer alguma mudança positiva olhando pro Brasil de 2021. Mas a história, às vezes, só precisa de uma fagulha para tomar rumos que quase ninguém conseguiu enxergar. Quase ninguém.

Escute o episódio especial do Prato Cheio,  O que Milton Santos diria do iFood.