tudo começa a crescer durante a Revolução Verde, nos anos 1960 e 1970, e explode nos anos 1990, quando as terras do país são totalmente direcionadas à exportação.

A cultura de eucalipto e celulose no Brasil é como todas as outras monoculturas:

A cultura de eucalipto e celulose no Brasil é como todas as outras monoculturas:

Hoje, o Brasil é, de longe, o maior exportador de celulose, e o segundo maior produtor. São dez milhões de hectares com eucalipto e pinus, o equivalente ao tamanho da Jamaica ou do Líbano

muito ou pouco?

Foto: Acervo Instituto Chão Caipira

Ao longo de dois séculos, o avanço do café, da pecuária e, mais recentemente, do eucalipto transformou o Vale do Paraíba, no interior do Estado de São Paulo, e o sul de Minas Gerais.

Em São Luiz, a chegada dessas empresas foi um forte elemento de desarticulação.  De esvaziamento dos bairros rurais.  De perda de identidades.

Foto: Acervo Instituto Chão Caipira

O eucalipto chegou a ocupar em torno de 5% do território do Vale do Paraíba. E quase 15% de São Luiz. Essa árvore desconhece obstáculos e avançou até mesmo sobre áreas montanhosas que haviam escapado do café e da pecuária.

Foto: Acervo Instituto Chão Caipira

Se antes as terras de qualquer pessoa podiam ser atravessadas para chegar até capelas, rios e nascentes, agora eram de propriedade das corporações que haviam arrendado ou comprado grandes áreas.

Foto: Acervo Instituto Chão Caipira

A ocupação do eucalipto reconfigurou a cidade.  E também a vida dos moradores.

Foto: Acervo Instituto Chão Caipira

"Nós plantava roça, plantava tomate, milho, feijão. Agora não tem mais nada. Não tem jeito de plantar mais.”,

contou ao Joio o Seu Bertinho, morador da região.

Não é questão de querer: é que a terra já não dá para comida. E já não há esse detalhe que há milênios faz a diferença na agricultura: seres humanos.  Esse é o destino de muitas áreas de florestas plantadas: as pessoas vão embora, depois de alguns anos são os eucaliptais que se vão, mas os estragos ficam.