Grilagem de terras, violência contra quilombolas e indígenas, trabalho infantil e danos ambientais

Foto: Wenderson Araujo/Trilux

Essas são acusações que envolvem o plantio de dendê no alto rio Acará, no Pará, pela empresa Agropalma S.A. – fornecedora da Nestlé

Trilha tracejada
Trilha tracejada

Os quilombolas foram expropriados ao longo da década de 1980, e hoje suas antigas comunidades se encontram sobrepostas às fazendas e áreas de preservação ambiental da empresa

Foto: Jhon Macario

frame de documentário “Árvores da violência: trabalho escravo e infantil na produção de óleo de palma”

Os cemitérios ancestrais, onde repousam entes falecidos das comunidades quilombolas e também dos indígenas Tembé, já não podem ser acessados com segurança

Foto: Wenderson Araujo/Trilux

“Eu falo sobre isso. Mas pra mim é a mesma coisa de ter acontecido hoje. Dói demais. E desde esse tempo, eu nunca mais tive paz. Só rodando, só rodando…”

desabafa Raimundo Serrão, quilombola expulso que desde então transitou pela região sem conseguir criar vínculo com outros territórios.

Muitas das famílias se espalharam por vilas. Outras, foram embora, intimidadas.

Foto: Quilombolas da Vila Palmares

“Os coitados dos índios abandonaram as aldeias deles. Fugiram de noite, fizeram um casco em (um tronco de) Angeli, muito grande, e colocaram os bagulhos deles e foram embora”,

 relata Serrão.

Trilha tracejada
Trilha tracejada

Do outro lado, a Agropalma fecha o cerco com segurança privada e alianças com a Polícia Militar, formando uma zona cinzenta em que as comunidades tradicionais sofrem ameaças e retaliações.

Foto: Wenderson Araujo/Trilux

“Existe todo um controle muito estrito, com vigilância, câmeras, drones, placas, com postos de vigilância”,

 diz Elielson Pereira da Silva, doutor em Desenvolvimento Socioambiental no Núcleo de Altos Estudos Amazônicos da Universidade Federal do Pará (UFPA).

Foto: Elielson Silva

Segundo o pesquisador, a empresa “determina quem vive e quem morre”. A pistolagem na região é justificada em nome da segurança patrimonial.

Foto: Jhon Macario

Foto: Elielson Silva