Em Santa Catarina,  um terço dos casos de discriminação no trabalho são contra haitianos e africanos, principalmente do Congo e Senegal.

O sul do Brasil, principalmente os estados de Santa Catarina e Paraná, foram os principais destinos da interiorização desses imigrantes que buscaram no Brasil refúgio humanitário entre os anos  de 2012 e 2015.

Os frigoríficos, que historicamente sofrem com rotatividade e escassez de mão de obra, além dos baixos salários e condições extremas de trabalho, lideraram a admissão dos imigrantes haitianos.

Quando chegou em SC para trabalhar em um frigorífico, Nahum, imigrante do Haiti, que mora em Chapecó e atua como voluntário na Pastoral do Migrante da Igreja Católica, não fazia a menor ideia que o seu tom de pele determinaria a forma como seria tratado.

Como todos os haitianos que chegavam nos frigoríficos, Nahum trabalhava em média  12 horas por dia com intervalo apenas para almoço. O salário dele, conta, era inferior ao  dos brasileiros.

Alane Luzia da Silva, que atua pela Rede Nacional de Advogados e Advogadas Populares em Chapecó e é integrante do movimento negro no município

“Muitas pessoas que vêm de outros países, principalmente pretas, têm diversas profissões nos seus países e aqui são tratadas como se só  o frigorífico fosse possível para elas,  é uma espécie de apartheid social”

As denúncias de  racismo contratual, quando as empresas impõem dificuldades para não admitir estrangeiros, têm sido cada vez mais comum nas procuradorias do Ministério Público do Trabalho de Santa Catarina e no Paraná.

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