OS ÚLTIMOS DIAS DO CHOCOLATE

OS ÚLTIMOS DIAS DO CHOCOLATE

Na virada para o século 20,  o cacau era um dos principais itens de exportação do Brasil.  Pra Bahia, passou a ser a principal atividade econômica, enquanto outros estados do Nordeste ficaram atrelados ao algodão.

Naquela época, a América do Sul e o Caribe concentravam quase toda a produção do cacau. Até que os europeus começaram a levar mudas pra África.

A produção da África cresceu bem rápido e quando o cacau começou a ser cotado na bolsa de valores de Nova York virou commodity, com preços definidos globalmente.

Nesse momento,  o chocolate deixava de ser um produto artesanal e local pra se tornar um produto industrial e global.

Desde então,  as oscilações podem fazer a riqueza ou a miséria dos produtores locais.

Em 1989, uma praga devastou as plantações de cacau e, a partir daquele ano, a história do chocolate no país iria mudar para sempre.

A vassoura de bruxa, fungo que afeta muito a planta, chegou de maneira avassaladora na lavoura cacaueira baiana. A seca não ajudou.

Estima-se que  250 mil trabalhadores foram demitidos entre 1989 e 1995. Ou seja, em questão de cinco anos, 25% da população total da região estava fora do mercado de trabalho.

Foi então que o ciclo do cacau foi abaixo, as pessoas começaram a tirar tudo que pudesse ter valor. O caminho mais comum foi cortar as árvores para vender e plantar pasto para pecuária.

De um lado estão os produtores artesanais que buscam produzir o cacau por meio de técnicas agroecológicas e buscam, primeiramente, qualidade.

Do outro lado, o sul da Bahia vive a expectativa da construção do Porto Sul, que pode se tornar o maior terminal portuário do Nordeste.

Hoje, mais de 30 anos depois da praga da vassoura de bruxa,  o Brasil vem tentando se reerguer na produção de cacau.

A promessa é a de sempre. De que o porto vai tirar a região de Ilhéus do buraco. Vai criar emprego. Mas, pros Tupinambá, que têm terra demarcada na região, e pros produtores de cacau,  o porto é um pesadelo.

Para entender sobre os velhos e novos desafios da plantação de cacau no sul da Bahia, confira o episódio:

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