Comida cibernética:

o dilema das tecnologias sobre a alimentação

Nos últimos anos, elas mudaram muita coisa. Mas redes sociais, aplicativos e smartphones também transformaram principalmente o nosso jeito de comer.

Transformaram tanto que alguns pesquisadores da alimentação dizem que existe atualmente um ambiente alimentar digital.

No ambiente digital, os aparatos tecnológicos influenciam  a maneira que adquirimos  e que consumimos a nossa comida. Isso, para melhor ou pior.

O maior consumo de ultraprocessados acompanha os meios digitais. Pesquisas indicam que a oferta de ultraprocessados é grande em aplicativos.

Além disso,  a maior união entre os meios tecnológicos  e a nossa alimentação acontece junto de profundas transformações no mercado  de trabalho.

Os apps de delivery são um exemplo. Prometendo uma ocupação flexível  com remuneração relativamente atrativa, os aplicativos atraíram muita gente.

Contudo, com a piora nos direitos trabalhistas no Brasil, o que era uma oportunidade atrativa  se tornou, para muitos,  o único meio de sobrevivência.

Para os entregadores,  a remuneração caiu nos últimos anos, sobretudo após a pandemia, e as exigências das plataformas aumentou desproporcionalmente.

As condições de trabalho em aplicativos motivaram protestos nos últimos tempos.  As reivindicações mostram a necessidade de criar regras para os apps.

Com o início da pandemia, os meios digitais também foram a saída  para bares e restaurantes tentarem manter as atividades e não quebrar.

O faturamento com o delivery, porém, é baixo. Dificilmente passa de 20%, mesmo com a pandemia, segundo a Associação Nacional de Restaurantes.

O monopólio nos apps de entrega é outra dificuldade para os estabelecimentos. O iFood, responde a um processo por concentração de mercado.

Enquanto  isso, bares e restaurantes procuram alternativas para se adaptar a um fenômeno que, apesar  de ter crescido com a pandemia, veio para ficar.

Questionamos o iFood, maior empresa do setor, sobre os problemas envolvendo entregadores e restaurantes.

Em entrevista, um dos diretores da plataforma afirmou que defende uma maior proteção do Estado aos trabalhadores e negou práticas de monopólio.