Pirâmide  dos  alimentos

Temos certeza que você já viu por aí uma pirâmide de alimentos.

Mas será que você sabe que esse ícone tão onipresente  é considerado antiquado hoje em dia?

Isso porque quase 30 anos depois da sua criação, especialistas afirmam que esse modelo é confuso e não leva em consideração outras questões como aspectos culturais e preparações ultraprocessadas.

A pirâmide coloca numa mesma caixa alimentos muito diferentes.

Como é possível colocar manteiga, margarina, azeite de oliva e óleo de soja no mesmo patamar?

"Eu entendo que algumas pessoas queiram elementos gráficos para tentar ajudar a orientar as pessoas. Mas o que temos de acúmulo de experiência e de tempo de uso desse instrumento, muitos elementos negativos vêm se mostrando importantes.”

Camila Maranha  Paes de Carvalho,

professora adjunta da Faculdade de Nutrição da Universidade Federal Fluminense (UFF) e consultora da ACT Promoção da Saúde. 

Embora o Brasil tenha desde 2014 uma orientação contrária à pirâmide, ela segue presente em vários livros didáticos e paradidáticos.

A recomendação atual é seguir o Guia Alimentar para a População Brasileira, documento do Ministério da Saúde que trouxe, pela primeira vez, o conceito de alimentos in natura e minimamente processados e ultraprocessados, chamada de classificação NOVA.

A mensagem é clara:

“Fazer de alimentos  in natura e minimamente processados a base da dieta, e evitar ultraprocessados.”

Essa premissa também reflete o posicionamento do Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde da USP (Nupens), responsável pela elaboração do texto inicial, depois submetido a consulta pública.

O documento sofreu com  o lobby da indústria em sua publicação em 2014. E, hoje em dia, segue sendo perseguido.

Mas por que o Guia incomoda tanto? A classificação baseada na extensão do processamento desperta a ira da indústria e de pesquisadores próximos a ela!

Especialistas já tentaram condensar as informações do Guia em um único desenho para tentar substituir a pirâmide.