Possíveis impactos dos agrotóxicos na saúde humana

A revisão científica   “Os Impactos dos Agrotóxicos na Saúde Humana nos Últimos Seis Anos no Brasil” assinado pela imunologista e pesquisadora do Instituto Butantan, Mônica Lopes Ferreira, e outros oito pesquisadores da instituição, analisou 51 pesquisas produzidas por 27 instituições públicas brasileiras.

Os estudos tratam de possíveis doenças e impactos que podem ser causados por conta da exposição aos agrotóxicos. Todos os trabalhos foram revisados por pares e publicados em revistas científicas reconhecidas.

Muitos fazem um levantamento epidemiológico, que é baseado na coleta de dados e na quantificação do número de ocorrências de uma determinada condição de saúde em uma população exposta aos agrotóxicos, como a incidência de câncer.

Há ainda os estudos que buscam avaliar efeitos nas células, como danos ao DNA.

Dano ao DNA Ao menos 12 estudos apontaram que a exposição aos agrotóxicos, seja por meio do ofício ou consumo, pode provocar dano ao DNA e, por consequência, algum tipo de câncer. A doença surge a partir de uma mutação genética, ou seja, de uma alteração no DNA da célula, que passa a receber instruções erradas para as suas atividades.

Risco cardiovascular Estudo feito com agricultores familiares no Rio Grande do Sul comprovou que mesmo a baixa exposição aos agrotóxicos pode causar alteração de biomarcadores, que são parâmetros biológicos que podem indicar diagnóstico de alguma doença. Neste caso, as alterações indicaram risco cardiovascular aumentado e efeito crônico.

Saúde mental Quatro pesquisas realizadas no Ceará, Espírito Santo, Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro identificaram que a exposição a agrotóxicos pode ser associada a sintomas depressivos. Um dos estudos aponta que a ingestão de agentes tóxicos é um método utilizado em tentativas de suicídio.

Danos aos hormônios reprodutivos Estudo realizado no Rio Grande do Sul apontou que homens do campo tinham morfologia de esperma mais pobre, maior contagem de esperma e menor LHníveis (hormônio ligado à fertilidade) na comparação com quem mora em centros urbanos.

Esse material faz parte da série de reportagens Brasil Sem Veneno.  Para conferir a íntegra desta e de outras matérias relacionadas ao tema, acesse nosso site.

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