O agronegócio entrou nas terras indígenas. Pela porta da frente: dessa vez, não foi na forma de invasões, mas por vontade de lideranças indígenas associadas a latifundiários. Essa série de reportagens investiga, ao longo de um ano, o processo de produção de soja e milho em terras de Mato Grosso. Nossa equipe promove o cruzamento de mais de dez mil páginas de documentos e dezenas de entrevistas para revelar uma série de ilegalidades toleradas, incentivadas ou promovidas diretamente pelo governo Bolsonaro. E expõe como a soja é apenas um sintoma de que algo maior se instalou entre alguns representantes dos povos indígenas: é a ideologia do progresso, com o sonho de riqueza, que passa a reger esses territórios.
O projeto “Entre a soja e o Cerrado” investiga este processo em duas grandes séries de reportagens. “Os parceiros do rio das Mortes” explica como um grupo do povo Xavante transformou-se em garoto-propaganda do bolsonarismo. Em “O feroz e o encantado”, entendemos como um processo mais antigo de produção em larga escala, nas terras Pareci, Manoki e Nambikwara, foi utilizado pelo governo Bolsonaro para vender sonhos de riqueza aos outros povos indígenas. Em áudio, no Prato Cheio, quatro episódios revisam todo este histórico, e tentam entender quais serão os desdobramentos futuros. E, por fim, algumas reportagens dão conta das consequências de nossas reportagens e acompanham o tema de forma mais ampla.
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“O feroz e o encantado” investiga o avanço do agronegócio sobre as terras indígenas das etnias Pareci, Manoki e Nambikwara, e discute o significado desse processo para os povos indígenas, o Brasil e o mundo.
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“Os parceiros do Rio das Mortes” é uma série investigativa sobre a iniciativa Independência Indígena, uma parceria de fazendeiros ligados ao Sindicato Rural de Primavera do Leste e os indígenas da etnia Xavante, com apoio da Fundação Nacional do Índio (Funai) e do governo do Mato Grosso