Os indicadores nutricionais da Coca-Cola são conhecidos. Essa garrafa de 600 mL tem 63 gramas de açúcar, que é mais que o recomendado de consumo diário pela Organização Mundial de Saúde (OMS).
Mas, para além disso, há os indicadores ambientais. Um relatório publicado em 2010 pela própria empresa, em parceria com a ONG The Nature Conservancy, mostra que para cada garrafinha de 500 mL produzida na Holanda são necessários 35 litros de água. A maior parte dessa água, 28 litros, é usada na produção de açúcar, segundo o documento oficial da empresa.
A empresa agora usa outro cálculo, bem mais modesto, no qual dá conta de um uso aproximado de dois litros de água para cada litro de refrigerante – em algumas fábricas, esse índice estaria próximo de um litro e meio. Segundo esse cálculo, em 2017 a corporação precisou de 289 bilhões de litros.
A Coca-Cola também diz ter a meta de repor toda água utilizada nesse processo por meio de parcerias com organizações e comunidades. Uma reportagem mostra que a conta passou a desconsiderar vários dos impactos negativos em termos de uso de água.
Várias reportagens e relatos dão conta de problemas associados ao alto consumo de água pela corporação. Em Minas Gerais, uma grande unidade apresentada como plenamente sustentável é acusada de prejudicar nascentes e cursos d’água usados pela população de Itabirito. O Ministério Público investiga a prática. Relato muito parecido ao de cidades que abrigam fábricas de refrigerantes da Coca no México, país que sofre historicamente de escassez.