Jornalistas brasileiros e pesquisadores dos Estados Unidos e do Reino Unido vão traçar um panorama da movimentação da indústria para alavancar cigarros eletrônicos em diferentes mercados. Participantes poderão concorrer a duas microbolsas de reportagem para investigar o tema
Derrubar a proibição do cigarro eletrônico no Brasil se tornou a tarefa número 1 da indústria do fumo. Uma tarefa que tem se demonstrado difícil – mas, ainda sim, inescapável do ponto de vista das corporações que dominam o setor.
Isso porque o cigarro eletrônico é uma invenção do século 21 que responde a um avanço (ou, dependendo da perspectiva, problema) do século 20: o declínio do tabagismo.
A regulação de onde se pode fumar, a proibição da publicidade de cigarros e o próprio avanço das evidências científicas de que o tabagismo – ativo e passivo – provoca dezenas de problemas de saúde são algumas das medidas que operaram uma guinada simbólica. O que antes era hype, se tornou um hábito embaraçoso.
Mas, então, entraram em cena os dispositivos eletrônicos de fumar. A junção da nicotina, uma substância altamente viciante, com a tecnologia teve um apelo explosivo. Com mil cores e sabores, esses produtos conquistaram um público jovem. Nos Estados Unidos, a prevalência entre estudantes do ensino médio saltou de 1,5% em 2011 para 27,5% em 2019. Por lá, a disseminação dos cigarros eletrônicos não encontrou freios na regulação.
Mas, por aqui, sim. Uma resolução da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) proibiu a importação, a comercialização e a propaganda dos dispositivos eletrônicos para fumar em 2009. E essa proibição foi novamente confirmada em 2024.
Batalha perdida para a indústria do fumo? Não exatamente. Um projeto de lei da senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS) quer liberar o vaping. E agora?
Se você é jornalista e tudo isso te interessa, O Joio e O Trigo e a ACT Promoção da Saúde te convidam a participar da oficina online “Vaping: a fronteira do lobby”, que acontece no dia 1º de outubro, das 9h30 às 12h30.
Buscamos especialistas do Reino Unido e dos Estados Unidos que vão te contar sobre o panorama do vaping nesses países – e o lobby da Big Tobacco por lá. Também vamos entender melhor o momento brasileiro. E conversar com jornalistas daqui que estão cobrindo os cigarros eletrônicos. No final, você pode apresentar a sua própria sugestão de pauta e concorrer a duas microbolsas de reportagem no valor de R$ 8 mil.
Interessou? Inscreva-se aqui até o dia 22 de setembro.
Oficina “Vaping: a fronteira do lobby”
Mediação: João Peres, diretor do Joio
Convidados:
Data: 1º de outubro de 2024
Horário: 9h30 às 12h30
Inscrições: até 22 de setembro pelo formulário
Público-alvo: jornalistas e estudantes de jornalismo no último ano de graduação
Vagas: 40
Custo: após a divulgação das pessoas selecionadas, as inscrições serão confirmadas por meio de doação à Paróquia São Miguel Arcanjo ou de outra instituição, no valor de R$ 15 para estudantes e R$ 30 para profissionais.