Na terceira edição de microbolsas do Joio, convidamos jornalistas a investigar como corporações estão contribuindo para o aumento de problemas socioambientais durante a pandemia. Serão oferecidas duas bolsas no valor de R$ 6.500 cada uma
Junto com o crescimento da Covid-19 no Brasil, avançam o desmatamento em terras indígenas, a invasão de terras públicas e a ação de madeireiros, grileiros e garimpeiros. De acordo com dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o desmatamento na Amazônia aumentou 13,7% em dezembro de 2020 em comparação com o mesmo mês de 2019. Em novembro, o Inpe também anunciou que o desmatamento anual da Amazônia, medido entre agosto de um ano e julho do ano seguinte, foi o maior em 12 anos no período 2019/2020.
Tais investidas contra o território brasileiro ocorrem num contexto de esvaziamento e desmonte de órgãos de proteção ao meio ambiente e povos indígenas, e a omissão total do governo federal em conter invasões e desmatamento. No período de pandemia, há ainda a atuação das grandes corporações e suas estratégias para garantir lucros e expansão de mercado, contribuindo também para o aprofundamento de problemas socioambientais. Corporações que, cinicamente, são as mesmas que lucram com supostas soluções para os problemas da pandemia.
Neste cenário, lançamos o edital de microbolsas sobre agronegócio e meio ambiente em tempos de Covid, iniciativa de O Joio e O Trigo com apoio do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec). Convidamos repórteres para investigar as estratégias corporativas no período de pandemia e como estão afetando ainda mais o direito à alimentação, ampliando problemas socioambientais, como desmatamento em terras indígenas, invasão de terras públicas, tentativas e lobbies para enfraquecimento de políticas públicas.
Iremos distribuir duas bolsas no valor de R$ 6.500, cada uma, para os repórteres escolhidos pela equipe de O Joio e O Trigo. As inscrições podem ser feitas até o dia 26 de fevereiro neste link. A divulgação dos ganhadores das bolsas será feita no dia 9 de março em nosso site.
Daremos prioridade a candidatas e candidatos socialmente sub-representados nas categorias de gênero e étnico-raciais do país.
Os repórteres escolhidos terão acompanhamento dos editores da nossa equipe durante todo o processo de apuração da pauta, que será publicada na página do Joio no mês de julho. A seleção será feita pelos editores do Joio e os critérios utilizados serão de profundidade, ineditismo e abordagem da pauta. O pagamento será feito em duas etapas: 50% no início e 50% após a entrega da reportagem. O valor deve cobrir custos de apuração.
Como se inscrever
- As inscrições ocorrerão até o dia 26 de fevereiro e devem ser feitas por meio do formulário, disponível aqui.
- Apresentação de dados pessoais.
- Apresentação de currículo resumido com experiência em jornalismo investigativo e links de reportagens realizadas.
- A reportagem poderá ser feita por um ou mais jornalistas, desde que comprovada experiência dos participantes.
- Sugestão de pauta com pré-apuração, indicação de fontes e abordagem.
- Cronograma e plano de trabalho detalhados.
- Orçamento: incluindo remuneração do ou dos repórteres e demais custos, como eventuais passagens e outras despesas.
Cronograma
Lançamento: 1º de fevereiro (segunda-feira)
Prazo: inscrições até 26 de fevereiro (sexta-feira)
Resultado dos selecionados: 9 março (terça-feira)
Prazo máximo para realização das reportagens: De três meses, até 1º de junho
Publicação: Ao longo do mês de julho