Mesmo com pandemia, empresas engolem pequenas cidades; quase metade dos estabelecimentos de inspeção federal estão instalados em localidades com menos de 30 mil habitantes
A maior concentração de frigoríficos de inspeção federal, pelo menos 80%, está em municípios brasileiros com menos de 100 mil habitantes, onde os sistemas de saúde são frágeis, a média salarial é baixa e há poucas associações organizadas por trabalhadores. Essas constatações surgem de uma investigação feita pelo Joio. Reunimos dados do Sistema de Inspeção Federal de Frigoríficos (SIF), atrelado ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), do último censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e do Ministério da Saúde e secretarias de Saúde estaduais sobre o número de casos do novo coronavírus.
No Brasil, hoje existem 446 unidades frigoríficas submetidas à inspeção federal. Esses estabelecimentos trabalham com todos os tipos de carnes: bovinos, aves, suínos, avestruz, caprinos, coelhos e equinos. Mundialmente, o país lidera a produção e a exportação de aves e bovinos. A maior parte dessa carne é destinada à Ásia, principalmente para China e Hong Kong.
Não é novidade que as empresas JBS e BRF lideram a indústria da carne no Brasil. Conhecidas pela Operação Carne Fraca, no início de 2017, por esquema de corrupção entre frigoríficos e fiscais para acelerar a liberação de produtos, tentativa de mudar data de validade de embalagens e injeção de mais água do que o permitido em frangos, essas empresas somam juntas 107 plantas de inspeção federal no país.
A JBS tem 35 unidades de processamento de bovinos e é a dona da marca Seara, com 29 unidades de processamento de aves e oito unidades de processamento de suínos. Já a BRF possui 35 unidades. Em terceiro e quarto lugares, estão a Aurora Alimentos e a Marfrig Global Foods com 13 unidades cada.
Mais de 90% dos municípios brasileiros com frigoríficos de inspeção federal têm casos de Covid-19
Dos 361 municípios que abrigam frigoríficos, 130 estão no sul, 90 no sudeste, 81 no centro-oeste, 41 no norte e 19 no nordeste. Algumas cidades têm mais de um frigorífico instalado e não é raro a mesma empresa praticar dois ou mais tipos de abate. É o caso, por exemplo da Bon-Mart Frigorífico, que abate avestruz e bovinos em Presidente Prudente, São Paulo, ou da Suinco – Cooperativa de Suinocultores, em Patos de Minas (MG), que abate até 40 cabeças de gado e 200 porcos por dia.
Uma informação de destaque: 42% dessas cidades têm menos de 30 mil habitantes. Segundo o Ministério Público do Trabalho (MPT), plantas de aves e suínos são as que mais empregam no país e muitas vezes deixam os municípios reféns dos frigoríficos. Essas duas categorias representam quase 50% de todas as unidades. O Paraná é campeão nas de aves e suínos que, somadas, são 57 unidades produtivas, seguido por Santa Catarina (47), Rio Grande do Sul (42), São Paulo (39) e Minas Gerais (30).
Campeões em Contágio
A reportagem fez uma amostra de municípios com frigoríficos de inspeção federal que são campeões de contaminação pelo novo coronavírus, ou seja, que estão acima da média dos casos no Brasil. Mais especificamente, levantamos o número de cidades com frigoríficos que têm uma incidência de casos acima de 264 contaminados a cada 100 mil habitantes, a média brasileira.
Contatamos, no final de maio, 31 municípios acima dessa média. Dezesseis deles no Sul do país, nove no Norte, três no Nordeste, dois no Sudeste e um no Centro-Oeste. Os estados com mais incidência são, respectivamente, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Acre e Tocantins, nem todos com a mesma visibilidade midiática. Mapeamos veículos de comunicação das cidades por dez dias e constatamos que só 19 dos 31 municípios têm aparecido algumas vezes nas publicações no noticiário sobre casos de Covid-19 em frigoríficos.
Dos municípios noticiados pelas mídias locais, dez estão no Rio Grande do Sul, cinco em Santa Catarina, dois no Norte, um no Nordeste e um no Centro-Oeste. Coincidência ou não, os sindicatos do setor de alimentação do Rio Grande do Sul são bastante atuantes e fizeram ações conjuntas com o Ministério Público do Trabalho para paralisar estabelecimentos irregulares no estado.
Os relatos que obtivemos nos permitiram identificar os efeitos da ausência de representação sindical em algumas cidades, principalmente no Norte. O que, por consequência, abriu brechas para entendermos como a falta de organização política tem relevância na quantidade de denúncias de frigoríficos irregulares e, por consequência, na paralisação de plantas.
Os frigoríficos das cidades não acompanhadas constantemente pelas lentes da mídia têm potencial de se tornarem vetores de contaminação pelo novo coronavírus – entre diversas causas – pela baixa representatividade político-sindical dos trabalhadores.
Muito pior do que a média
Canaã dos Carajás, interior paraense. Com pouco mais de 26 mil habitantes, o município alcançou 997 casos confirmados de Covid-19. A incidência proporcional é de 2.688 pessoas contaminadas a cada 100 mil habitantes, número alto quando comparado à média nacional, de 264, ou até a já significativa incidência no próprio estado do Pará, que é de 479 pessoas contaminadas a cada 100 mil habitantes.
A atividade frigorífica é um dos principais motores econômicos do município, que também tem a forte presença da mineradora Vale, outro tipo de empresa que causa fortes impactos sociais e ambientais. Segundo estimativas da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico da prefeitura, são duas centenas os empregos diretos da atividade frigorífica, que se instalou por lá faz pouco mais de um ano, em fevereiro de 2019, e segue em expansão. Não temos números de trabalhadores indiretos.
O único frigorífico de inspeção federal no município é uma filial do Frigorífico Rio Maria, que aliás, tem a matriz no município de Rio Maria, a 140 quilômetros de Canaã, também no Pará, e está em atividade para abastecer o mercado chinês e árabe/halal.
O gerente de compras de insumos do frigorífico Rio Maria, Roberto Paulinelli, o único da empresa que nos concedeu entrevista, disse que a mão de obra contratada é 100% local e certificou que não existia nenhum caso de Covid-19 na fábrica. O relato do gerente, entretanto, não bate com os depoimentos de trabalhadores.
“Comecei a sentir o coronavírus numa quarta-feira, na quinta eu me senti muito mal à noite e, no outro dia, não consegui trabalhar. Não sei se tinha alguém contaminado lá no frigorífico, porque muita gente tava sentindo sintomas”, disse um dos funcionários, que preferiu não se identificar.
Após quatro dias em casa, com sintomas, a unidade de saúde mais próxima o testou para a Covid-19. Também foram testados a esposa e o filho. O trabalhador relatou contaminação também em familiares próximos. O homem atua há mais de sete anos no setor. Já trabalhou na Frigol, em São Félix do Xingu (PA), e no frigorífico de inspeção municipal Independência, na mesma cidade.
Ele conta que “levou a sério” todos os sinais da doença: febre, diarreia e indisposição, mas que muitos funcionários não têm o mesmo comportamento quanto aos sintomas ou não avisam os superiores, por medo de perderem o emprego.
Conversamos com mais um funcionário sintomático e afastado porque teve contato com o colega que testou positivo, seguindo um dos protocolos de recomendação do Ministério Público do Trabalho. Perguntamos sobre as mudanças no frigorífico durante a pandemia:
“Afastaram um pouco um funcionário do outro. Era muito perto a posição de trabalho um do outro. A produção também ficou mais lenta”, diz, explicando que a velocidade do abate diminuiu de 300 bois para 214 por dia.
O funcionário contaminado afirmou ser filiado a um sindicato no Pará, o qual não sabe nem o nome e diz não receber contatos da entidade. O outro trabalhador afastado disse ter conhecimento de um sindicato do setor, mas não é associado.
Gabriella Marra, veterinária com doutorado em Saúde Pública pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e pesquisadora da área de frigoríficos há sete anos, explica a árdua e arriscada dinâmica de trabalho nessas empresas.
“Tem que matar o boi, tem que abrir, tem que cortar e não tem outro jeito que não seja um trabalho manual. É insalubre. O ambiente é muito úmido. Está cheio de risco dentro de um frigorífico. O controle é mais difícil, porque os trabalhadores ficam muito juntos um do outro, então, tem mais risco de disseminação de doenças. Apesar deles usarem equipamentos de proteção individual, eles [os equipamentos] não protegem totalmente no processo de trabalho, a movimentação, ter que manipular a faca, a serra”, ressalta.
É importante lembrar que o estado do Pará decretou lockdown na primeira semana de maio. Canaã dos Carajás foi incluída no decreto estadual 729/2020, publicado no dia 16, para cumprir suspensão total das atividades não essenciais. O lockdown acabou já no dia 25 e o comércio voltou a funcionar normalmente, mesmo com a curva de casos de Covid-19 em crescimento.
Considerada atividade essencial pelo governo Bolsonaro e pelo governador paraense Helder Barbalho (MDB-PA), a indústria da carne permaneceu em funcionamento em todo o país, assim como a indústria alimentícia fabricante de ultraprocessados, cientificamente associada ao constante aumento de obesidade e doenças crônicas não transmissíveis – diabetes, hipertensão, problemas cardíacos – , os males mais presentes nas condições que evoluem para os casos graves e óbitos por Covid-19.
Até o fechamento desta reportagem, não obtivemos retorno do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação do Pará. Os trabalhadores do setor em Canaã dos Carajás, como já vimos, nem mesmo têm sindicato na prática.
Onde a organização faz diferença
“O que adianta salvar a economia com os trabalhadores todos mortos?”. A frase é de Darci Pires da Rocha, vice-presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias e Cooperativas da Alimentação de Pelotas e Região, no Rio Grande do Sul.
Foi em uma ação conjunta do sindicato com o Ministério Público do Trabalho que algumas plantas frigoríficas foram paralisadas em solo gaúcho. A JBS de Passo Fundo foi interditada por quase 30 dias. A BRF em Lajeado, por 15 dias. E a Minuano, também em Lajeado, teve uma redução de 50% no quadro de funcionários.
A JBS em Passo Fundo, interditada em 24 de abril, retomou as atividades, com restrições, no dia 20 de maio. A BRF em Lajeado fez um acordo com o Ministério Público no estado no dia 15 de maio, para pôr fim ao fechamento da unidade que, desde o dia 11 de maio, estava paralisada. O acordo durou 15 dias para que a empresa pudesse comprovar medidas sanitárias necessárias para a reabertura.
As maiores restrições impostas a BRF por meio de Termo de Ajuste de Conduta (TAC), são: retorno de metade dos trabalhadores, testagem do vírus em todas as pessoas deslocadas para a unidade, o não prejuízo de produtores rurais no período de interdição ou funcionamento parcial, entre outros. O frigorífico da Minuano, também em Lajeado, começou com restrição de 50% do quadro de funcionários, mas o Ministério Público recorreu à decisão da justiça, que decidiu suspender as atividades do frigorífico por 15 dias.
Dados apresentados na tarde da última sexta-feira, 29 de maio, pelo Ministério Público do Trabalho mostraram que os trabalhadores de frigoríficos correspondem a 34% do total de casos oficiais de coronavírus no Rio Grande do Sul.
“Aqui, no estado, tinham casos absurdos. O frigorífico mandava o funcionário para o médico e ele tinha que levar o atestado na unidade de trabalho, sob pena de corte de salário. A população pobre, sem carro e contaminada, pegava o próprio ônibus da empresa pra levar o atestado”. relata Darci.
Quanto menor, maiores os problemas
Uma nota técnica divulgada pela Fiocruz no início de maio chama a atenção para o avanço da Covid-19 em municípios do interior do Brasil, onde há menor oferta de Unidades de Tratamento Intensivo (UTIs) e respiradores.
Os pesquisadores que elaboraram o documento mostram que regiões com mais de 500 mil habitantes têm, em média, 20 respiradores no Sistema Único de Saúde (SUS) para cada 10 mil habitantes.
Já nas regiões de 20 mil a 100 mil habitantes esse número baixa para a metade, na média. Nesse segundo grupo, a pesquisa alerta para regiões em situação alarmante, com menos de três respiradores para 10 mil habitantes. O estudo usa dados da Região de Influência das Cidades (Regic) e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
“No norte do estado do Rio Grande do Sul, a cidade polo de saúde é Passo Fundo. Os municípios pequenos sequer têm hospital. Eles [os municípios] têm uma ambulância pra carregar os doentes pras cidades polo. Os municípios com maior estrutura são Passo Fundo, Santa Maria, Pelotas, Caxias do Sul e Porto Alegre”, conta o sindicalista Darci Pires da Rocha.
Pequenas cidades são escolhidos a dedo nas estratégias corporativas da indústria da carne. Quando se instalam em pequenos municípios, geralmente de 10 mil habitantes para baixo, os frigoríficos empregam boa parte da população. Em situação de pandemia, essas localidades, de pequena ou nula representatividade política e onde a ausência do estado é bastante evidente, veem crescer o potencial de disseminação de doenças fatais, já que mal conseguem lidar com o atendimento básico de saúde, quase sempre dependendo dos sistemas de cidades-polo.
Frigoríficos: fábricas de doentes
Desde que o novo coronavírus apareceu nos noticiários ocidentais, muito se fala que o problema certamente partiu dos mercados úmidos da China, o que ainda não é consenso científico. Mesmo assim, até agora, abundam no Ocidente os comentários racistas e xenofóbicos, Brasil incluído, sobre “repulsa e nojo” aos hábitos alimentares chineses. Aliás, pouquíssimo conhecidos por aqui.
Pouquíssimo, também, é que os brasileiros sabem do quanto os frigoríficos do nosso país podem ser bombas propagadoras de doenças graves causadas pelas precárias condições de trabalho a que os funcionários são submetidos.
Além de os trabalhadores não conseguirem manter o distanciamento social necessário mesmo durante a pandemia, há aglomerações na entrada e saída das empresas, nos refeitórios e vestiários. Sem contar o assédio moral constante pelas metas de produção, movimentos repetitivos – cerca de 90 por minuto -, exposição a extremas variações de temperatura, umidade, à amônia (elemento químico tóxico e corrosivo, principalmente em lugares úmidos) e ruídos de maquinário que produzem altos decibéis.
De acordo com o Anuário de Acidentes do Trabalho, do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS), o trabalho nos frigoríficos é a atividade industrial que mais causa adoecimentos no país e a terceira quando todos os setores da economia são considerados, ficando atrás apenas de atendimento hospitalar e supermercados.
O documentário Carne e Osso, produzido pela Repórter Brasil em 2016, colocou holofotes no acúmulo de atividades laborais que acarretam problemas de saúde de caráter físico e psíquico aos trabalhadores de frigoríficos, como lesões por esforços repetitivos, depressão, ansiedade generalizada, estresse, entre outros.
Não bastassem todos os riscos surgidos dessas relações humanas, também existe a ameaça da exposição e contato direto com o sangue, a urina e as partes dos animais mortos, que podem carregar vírus “compartilháveis” com pessoas, uma possibilidade ainda em estudo em relação ao novo coronavírus.
Brasil segue mau exemplo
Nos Estados Unidos, a disseminação de Covid-19 estremeceu as bases do mercado de carne. Mais de 40 frigoríficos foram fechados temporariamente, animais sacrificados em granjas e produtos escassos em gôndolas de supermercados e restaurantes fast-food.
Segundo projeções de autoridades sanitárias locais, o estado de Iowa, principal produtor de carne suína dos EUA, deve sacrificar 600 mil animais até o final de junho. E mais de três mil funcionários de frigoríficos do país testaram positivo para Covid-19. Ao menos 44 morreram.
Em 28 de abril, o ultraconservador presidente Donald Trump determinou que as fábricas de carnes permanecessem abertas para proteger a cadeia de suprimento de alimentos, apesar de preocupações populares e de cientistas com o novo coronavírus.
O governo federal e a indústria de carnes no Brasil segue caminho muito semelhante quanto ao ritmo da produção, ainda enxergando oportunidades de venda para o mercado chinês. Apesar das péssimas relações da família Bolsonaro com a China, o governo do país asiático tem demonstrado preocupação com uma nova onda de Covid-19 e está estocando alimentos.
No dia 21 de maio, a reportagem do Joio acompanhou, virtualmente, um evento da Food Connection, que reúne vários representantes da indústria de alimentos e, na ocasião, discutiu com a secretária de Desenvolvimento Econômico do Estado de São Paulo, Patricia Ellen da Silva, os “desafios e oportunidades para a retomada econômica da indústria alimentícia”. Somente um dos presentes noticiou aumento nas exportações.
“Ao contrário de outros setores, nós estamos até empregando e, devido a grande crise global, estamos crescendo nas exportações. O que nós temos hoje? 5,1% de aumento de volume das exportações de frango e 28% de aumento das exportações de carne suína. A gente já trouxe 2,8 bilhões de dólares para o Brasil na pandemia. Talvez, a exportação tenha recordes históricos porque [outros países] estão demandando demais. E quando nós olhamos para o futuro do meu setor? Vejo uma melhoria nos perfis de custo”, disse Ricardo Santin, diretor-executivo da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA).
No entanto, a carne exportada, embalada e limpa chega a outros países ao custo dos altos de riscos de saúde bem conhecidos pelos trabalhadores brasileiros de frigoríficos. Um aspecto que os auditores fiscais federais agropecuários têm discutido são os turnos extra de abate em frigoríficos.
Em fevereiro, foram autorizados 178 turnos extras de abate de aves em frigoríficos brasileiros, em março, 76 turnos. No setor de suínos, foram autorizados pelo Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento 28 turnos extras de abate em fevereiro e, em março, 50. No setor de bovinos, o MAPA autorizou cinco turnos extras de abate, em fevereiro, e 29 no mês de março.
De acordo com a veterinária e doutora em saúde pública Gabriela Marra, o único jeito de mudar a realidade dos trabalhadores dessa indústria é diminuir o abate, diminuir as exportações e, por consequência, a criação de animais.
“Mas esse sistema dificilmente vai mudar. Eu sou um pouco pessimista, sabe? Por que depois que você vê como funciona, você fala com as pessoas. É um horror. O Brasil consome 80% do que abate, toda carne que é consumida no Brasil é processada aqui. É a nossa carne. O Brasil é o maior exportador de carne do mundo. Então, olha a quantidade de carne que é processada aqui. É muita. E tudo pela questão econômica, a margem de lucro que precisa ter a todo custo, passando por cima da questão da saúde dos trabalhadores”, conclui a pesquisadora.