No sertão, a fome não vem da seca
Desmatamento e desmonte de políticas públicas remontam a um passado de escassez no semiárido nordestino, onde insegurança alimentar, queimadas e desertificação avançam a níveis recordes
Desmatamento e desmonte de políticas públicas remontam a um passado de escassez no semiárido nordestino, onde insegurança alimentar, queimadas e desertificação avançam a níveis recordes
Hegemonia do agronegócio, governo ausente, câmbio alto e crise econômica criam tempestade perfeita para tornar a comida mais cara
Programa de Aquisição de Alimentos tem recursos reduzidos em 77,3% ao longo de seis anos, ganha fôlego na pandemia, mas tem execução inexpressiva em 2021. E programa de acesso à água fica sem operação em 2021
Levantamento expõe necessidade de novas pesquisas para entender se a alimentação tradicional brasileira tem perdido espaço entre crianças de baixa renda. Fechamento das escolas, redução da renda e fácil acesso a alimentos não saudáveis agravam desigualdades
Pandemia serviu de pretexto para governos aumentarem as compras de ultraprocessados e o enfraquecimento de culturas alimentares tradicionais
Ministério da Agricultura prevê dois milhões de hectares a menos para arroz, feijão e mandioca em 2030. Soja e milho devem avançar mais 27% em produção e chegar a 70 mi de hectares
Um inquérito recente apontou que pelo menos 19 milhões de brasileiros passaram fome nos últimos meses de 2020. Mas, salvo por raríssimas exceções, os supermercados não figuram na discussão.
Com doações que se tornam compras e outras estratégias, o Brasil dos grandes varejistas mostra otimismo em meio ao agravamento da pobreza
Tão triste quanto constatar que a insegurança alimentar cresce é perceber que pouco se discute as razões de o Brasil ter mergulhado nessa situação
Estudo revela que alimentos in natura e minimamente processados diminuíram 85% em domicílios com insegurança alimentar; muitas famílias não têm mais o que comer